A Polícia Federal investiga um dos fornecedores de adesivos para a campanha de reeleição do governador Sérgio Cabral Filho (PMDB). A Soroimpress Comércio de Produtos Gráficos, com características de empresa de fachada, recebeu R$ 33 mil nas eleições do peemedebista.
O inquérito tem como investigado apenas Cabral e a empresa, cuja relação foi revelada pela Folha em outubro do ano passado. Mas a Soroimpress forneceu material de campanha para 83 candidatos e dois partidos. Recebeu, no total, R$ 5 milhões.
O Comitê Financeiro Único do PMDB-RJ, principal doador da campanha de Cabral, pagou R$ 523 mil à empresa. O principal cliente da Soroimpress foi o senador Lindberg Farias (PT), que pagou R$ 640 mil. Ele não é investigado no inquérito.
No endereço declarado como sede da empresa havia um prédio em construção. As duas sócias que constavam no contrato social eram duas senhoras de 84 anos. Uma não foi localizada no endereço indicado à Junta Comercial. A outra pouco sai de casa, segundo funcionários do prédio onde ela vive.
Em março, a PF pediu esclarecimentos a Cabral, mas ainda não recebeu resposta.
A assessoria de imprensa do governador manteve a posição dada à época da campanha, quando afirmou que não faz "checagem de endereços" dos fornecedores de campanha.
Disse que divulgou o interesse na compra de adesivos "no mercado" e recebeu a oferta da empresa. Alegou ainda que a Soroimpress estava ativa na Receita Federal à época da contratação.
A assessoria disse que o governador ainda não respondeu à PF porque ainda não foi "intimado pessoalmente a se manifestar".
O senador Lindberg Farias (PT-RJ) afirmou, após a eleição, que optou pela empresa porque ela não apresentava pendências na Receita Federal e ofereceu garantias de preços e prazos de entrega.
A reportagem não localizou representantes da empresa.
Fonte Folha de São Paulo.
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