Deve-se a Shakespeare a melhor definição de rumor. Encontra-se asssentada na segunda parte de Henrique IV:
“O rumor é flauta de conjecturas, ciúmes e suspeitas. Instrumento tão simples e tão fácil, que o monstro rude de cem mil cabeças, a ondeante multidão, sempre indecisa, pode tocá-lo”.
A ausência de Hugo Chávez faz soar a “flauta” na Venezuela. Sopra especulações sobre a saúde do presidente e o future do país.
Em 10 de junho, Chávez submeteu-se a uma cirurgia em Cuba. Desde então, não aparece em público. Tomou chá de sumiço.
O governo diz que Chávez foi operado de um abscesso na pelve e recupera-se a contento. O jornal venezuelano El Universal noticiou coisa diversa.
Em notícia escrita pelo jornalista Nelson Bocaranda, informou-se que Chávez trata-se de câncer na próstata. Teria 80% de chances de sobreviver.
"Não vamos comentar rumores, mentiras e falsidades", disse o ministro da Informação, Andres Izarra.
"O presidente está se recuperando bem, e nós o teremos aqui dentro em breve."
Quão breve?, eis a pergunta que inquieta os venezuelanos. Os jornais especulam que Chávez poderia retornar a Caracas até sexta (1o). Nada oficial, contudo.
Em meio às dúvidas, a “flauta” começou a entoar no timbre do golpe. Diz-se que Adan Chávez, irmão do doente, tramaria assumir o poder.
Reza o texto constitucional venezuelano que, incapacitado Chávez, quem assume é o vice Elias Jaua. Governaria até janeiro de 2013.
Atribui-se ao irmão Adan, porém, uma citação à Che Guevara. Teria dito que a “luta armada” é maneira legítima de conquistar o poder quando falham as eleições.
Antes de sair de cena, Chávez era movido a um objetivo único: disputar a re-re-reeleição em 2012. O projeto pode ter subido no telhado.
Escrito por Josias de Souza às 21h20 (via blog do josias)
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